sexta-feira, julho 22, 2011

Vamos pedir PIEDADE!

Um pai abraçou um filho. Quase perdeu uma orelha. Todo mal desse mundo começa na cobiça. "Eu quero ter o que vc não tem (seja amor, coragem, alegria, paz, dinheiro, certezas). Então, imponho fronteiras para me defender do que não ouso tocar. Desenho limites, para me prevenir do meu fracasso. Declaro guerra a tudo que não posso ter ou ser. E todo o resto, a mim, é inferior, por não condizer com meu modo medíocre de existir". Assim nasce o preconceito. A inveja do bem-estar que não se alcança causa guerras, fome e destruição. Tudo é motivo: cor, origem, conta bancária, panos sobre o corpo, carros na garagem, quem se ama, o que se quer...Assim, a raça humana se destrói, com a desculpa esfarrapada de que assim se preserva.

quarta-feira, julho 06, 2011

Nosso inverno

Quer saber como é o inverno aqui?

O inverno no Nordeste é misto de primeiro beijo com a surpresa da primeira decepção de amor. 

O mar bufa mais forte, acelerando o peito, a brisa se transforma em vendaval e o choro se faz na chuva da tarde.

Sentimos meio que um frio desajeitado, que se transforma em calor, basta a chuva ir embora. E, então, tudo é frio, calor, frio, calor, frio, calor.

Tudo é caos. Fica mais difícil. Tentamos seguir e nada sai do caminho. As águas do choro atravancam as estradas. Os sinais ficam fechados. O amarelo reina em alguns pontos e chegar aonde se quer é praticamente impossível.

Depois de muito tentar, muito sofrer, muito insistir, chegamos.

Vem a liberdade de estar onde se quer, o desejo de se despir, o banho morno da saudade e o sono dos justos. Quando pensamos que, enfim, temos o descanso, o filho do vizinho fala mais alto, chama a atenção, alguém bate em nossa porta e o despertador avisa: hora de recomeçar.

É dia novo, de novo. Nos sentimos na obrigação de esquecer e reinventar. Até que chegue o verão e tudo se refaça, em meio às cores. Então, morremos (com calor)... De amor.